O Dia Livre de Impostos (DLI) de 2024 está se aproximando, marcado para 6 de junho, e promete ser mais uma vez uma data significativa tanto para empresas quanto para consumidores. A iniciativa, promovida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e suas Câmaras de Dirigentes Lojistas Jovem (CDL Jovem), visa conscientizar a população sobre o peso da carga tributária no Brasil, oferecendo produtos e serviços sem o valor dos impostos embutidos.

Por isso, marcas de diversos setores já estão a todo vapor se preparando para a grande ação deste ano. O empresário de Manaus Antonio Kizem Rodrigues possui um grupo com um número expressivo de lojas, em especial de eletrônicos e artigos pra compartilha suas expectativas. “O DLI já se tornou uma data de forte venda no comércio. É uma forma de educar a população sobre o quanto o imposto impacta nos preços finais e o quanto o governo arrecada”.

Para 2024, o executivo selecionou três produtos populares entre os consumidores: airfryer, cadeira gamer e Xbox S. “Nossa empresa está assumindo o custo de abater o imposto, por mais que já tenha sido pago, pois quase todos os produtos que vendemos já têm Substituição Tributária (ST)”, explica Antonio. A ideia é que essa estratégia gere um grande fluxo de clientes e aumente as vendas significativamente.

Pela terceira vez participando do DLI, o empresário mineiro Henrique Petruceli, sócio-fundador do Bolo na Hora, espera aproveitar toda a mídia que gira em torno dessa ação para vender mais e também para fortalecer a marca Bolo na Hora. “A expectativa é de muitas vendas e também de conseguir levar a conscientização através de cada bolo vendido sem imposto. Por isso, queremos explorar ao máximo toda a divulgação sobre o dia, atrair os clientes por esses produtos que serão vendidos sem imposto e buscar aumentar o ticket médio vendendo outros produtos. É um ótimo dia para apresentar novos sabores de bolo e novos produtos para o cliente”, pontua.

Estratégias e impacto

Raul Andrade, CEO do Grupo Alemã, que atua no setor de alimentação, também tem grandes expectativas para o DLI 2024. “Esperamos que seja melhor do que no ano passado”, comenta Andrade. Ele acredita que a ação não só aumentará as vendas, mas também criará uma maior consciência sobre a carga tributária entre os clientes.

Raul está focado na comunicação interna com sua equipe sobre a importância do movimento e desenvolvendo estratégias de divulgação para estimular a participação do comércio. “Estamos escolhendo produtos que permitam facilmente a percepção do tamanho dos impostos”, acrescenta Raul. Ele lembra ainda que, em edições anteriores, houve um aumento significativo no volume de vendas e na atração de novos clientes.

Conscientização e desafios

Ambos os empresários concordam que o DLI tem um papel crucial na conscientização dos consumidores sobre a carga tributária. “A ação do Dia Livre de Impostos tem atraído consumidores e empresas, em especial por meio da CDL Jovem, de conscientizar as pessoas sobre a carga tributária nos preços dos produtos,” destaca Antonio. Petruceli, do Bolo na Hora, destaca que os consumidores não têm noção do impacto do imposto no dia a dia deles. “Mostrar isso reforça que o ‘Estado’ cobra e não entrega a saúde, segurança e educação. A cada dia que passa e, principalmente, a cada DLI, acredito que todos estão tendo maior clareza sobre o assunto”, desabafa. O CEO do Grupo Alemã complementa: “Assim, mostramos o tamanho exagerado da carga tributária e o pouco retorno, conseguimos mudar a percepção dos clientes”.

Apesar dos benefícios, também há desafios significativos para as empresas. Henrique Petruceli lembra que a sua marca produz itens perecíveis, por isso é necessário uma estratégia diferente. “A empresa tem que se organizar nas compras da matéria prima, na produção para o dia 6 de junho, horários de trabalho, treinamento de equipe de atendimento. Porém, é um dos melhores dias de venda do ano”, explica. Para Antonio, a maior adversidade é assumir o custo do imposto nessa ação: “a margem no nosso segmento de eletrônico é menor que o imposto que pagamos”, conta o empresário. Já Raul lembra a importância de os clientes entenderem que o DLI não é uma promoção, mas sim um protesto. “Estamos divulgando o movimento para lidar com esse obstáculo”, afirma Raul.

Perspectivas futuras

Para o futuro, os empresários têm ambições positivas. “Espero que o DLI continue pelos próximos anos para divulgar seu propósito da carga tributária paga e aumentar a visibilidade das empresas participantes,” deseja Antonio. Raul também aguarda que o DLI continue crescendo e se tornando cada vez mais relevante para o mercado varejista. O otimismo também está ao lado de Petruceli. “Vejo que a ação vai atingir muito mais pessoas esse ano e vai chegar o dia em quem todos os comércios vão participar. Quem ficar fora, vai atrair o efeito reverso – vai vender pouco – porque o consumidor vai procurar apenas pelas empresas participantes”.

Para que a ação continue atraindo mais empresas e consumidores, a CNDL e a CDL Jovem são vistas como essenciais pelos executivos. “Tanto a CNDL quanto a CDL Jovem são as criadoras e responsáveis por toda a comunicação. E tudo vem sendo feito com muita transparência, responsabilidade e dedicação de toda a equipe,” afirma Antonio. O empresário Minas Gerais, Henrique, lembra que a ação iniciou no seu Estado. “O projeto nasceu na CDL BH, a maior contribuição já começa por aí. E a cada ano o investimento da CNDL e CDL nessa ação é ainda maior”, completa. Raul acrescenta que as organizações “têm sido fundamentias para o crescimento desse movimento”.

O Dia Livre de Impostos é uma oportunidade não só para as empresas aumentarem suas vendas, mas também para promover a conscientização sobre a alta carga tributária no Brasil. Com a participação de mais de 80 mil empresas esperada para 2024, o DLI promete ser um evento marcante tanto para o mercado varejista quanto para os consumidores.

Fonte: Site cndl.org.br